Opa! Eu vou evangelizar

Vídeo com 220 mil views no Youtube abre discussão sobre a pregação no século 21

Mostrar que o jovem pode ser santo, mas continuar sendo moderno, brincalhão e divertido.
Esse é um dos principais desafios atuais da Igreja, que, hoje, tem procurado os mais variados métodos para atrair a juventude. Mas as alternativas que as religiões têm encontrado muitas vezes gera opiniões discordantes.
Há um mês, o vídeo da paródia da música “Gangnam Style”, do coreano Psy, feita por jovens da Paróquia São Bento, do Jardim Morumbi, em São José, virou febre na internet e já atingiu mais de 224 mil visualizações, em 78 países.
Com coreografias que imitam o clipe original que virou sucesso em todo o mundo, “Opa, Eu Vou Crismar” fala sobre o momento em que, para os católicos, é confirmado o batismo: a crisma.
Algumas imagens foram gravadas dentro da igreja. Tudo com a autorização do pároco, Luiz Antônio Pinto, e do bispo diocesano, Dom Moacir.
O clipe gerou uma polêmica entre religiosos e não religiosos: até onde a Igreja deve ir para evangelizar os jovens?
“Começou com uma brincadeira. A ideia era só um convite para os jovens da comunidade de um modo brincalhão. Achei legal, com linguagem própria para a juventude. Mas não esperava tamanha repercussão”, afirmou o padre.

Vídeo.Toda a produção foi feita por crismandos e catequistas da paróquia.
Eles garantem que a repercussão foi positiva para a Igreja. Segundo o pároco, pelo menos 80% das pessoas aprovaram a atitude para aproximar a Igreja dos adolescentes. “Depois do vídeo, 60 jovens se inscreveram para ser catequista”, afirmou o coordenador da Pastoral da Crisma, Robson Gonçalves.
Outras paróquias da região e de todo o Brasil já fizeram versões de “Opa, Eu Vou Crismar” e adotaram a música nas atividades da Igreja.
O autor da paródia, o cantor e protagonista do vídeo Alberto Luiz de Andrade, que também é catequista, explicou que eles se embasam no “Ano da Fé”, iniciado em 11 de outubro, proposto pelo Papa Bento 16, que, entre os objetivos, quer que haja novos métodos de evangelização dos jovens.

Polêmica. Entretanto, parte da população reprova e afirma que o vídeo é desrespeitoso e que músicas seculares não podem ser misturadas à religião. “É preciso entender que o mundo mudou. A linguagem antiga da Igreja é ultrapassada para a juventude. Não houve falta de respeito, blasfêmia. Foi só a linguagem do momento”, disse o pároco.
O teólogo da PUC de São Paulo, Fernando Altimeyer, concorda e diz que, no ponto de vista teológico, não houve nenhuma heresia. “Pelo contrário, acho muito simpático. Eles não estão ridicularizando nada, estão bem vestidos.”



Por Flávia Marreira / ’ Foto: Thiago Leon

Fonte :
www.ovale.com.br

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