Chiara Luce Badano: Uma vida que nos ensina a dar sentido ao sofrimento

Conheça a história de uma jovem que descobriu o valor da Vida Eterna ainda aqui na terra, se viva estivesse, hoje completaria 50 anos.



Você estaria disposto a gerar um filho se lhe fosse revelado que ele morreria de uma doença grave aos 18 anos? Já ouvi alguma vez que alguns casais, por temerem o nascimento de filhos com alguma anomalia, negam-se a gerá-los.

Desejo hoje que você conheça a história de uma linda jovem que morreu em consequência de um câncer que aos poucos foi invadindo todos os seus ossos. Seus pais, Maria Tereza e Ruggero, moradores de uma pequena cidade chamada Sasselo, a sessenta quilômetros de Gênova, na Itália, depois de 10 anos de casados, pediram a Nossa Senhora a graça de um filho. Em 29 de outubro de 1971, nasceu uma menina, que recebeu, no batismo, o nome de Chiara Luce Badano. Cresceu banhada pelo carinho e alimentada pela fé de seus pais.

“Com você Jesus, por você Jesus”

Aos nove anos, Chiara conheceu o movimento dos Focolares, nascido do coração de outra Chiara, Lubich, em plena guerra. Um dia, a jovem Chiara disse à sua mãe (preocupada por deixá-la sozinha em um desses encontros do movimento): Mamãe, eu não estou sozinha, Jesus está aqui.

Desta forma, menina foi crescendo em idade e em graça. Aos 12 anos, depois de ter participado de um Congresso, escreveu: Redescobri Jesus abandonado. E de um modo especial, o senti em cada próximo que passava a meu lado. Jesus abandonado é a chave da unidade com Deus e eu quero escolhê-Lo como o meu primeiro Esposo e preparar-me para quando Ele vier.

Tornou-se uma adolescente feliz, com muitos amigos. Certo dia, ao jogar tênis – era o final do verão europeu de 1988 -, sentiu uma dor muito forte nas costas. Mais tarde, foi diagnosticado: sarcoma osteogênico com metástase: câncer em grau avançado. Veio a cirurgia com as quimioterapias. O médico lhe disse que perderia os cabelos. Foi quando Chiara tomou consciência da gravidade da doença.

Sua mãe conta: Perguntei-lhe como tinha sido. E ela: Agora, não. Não fale agora! (E jogou-se na cama com os olhos fechados). Ficou assim durante vinte e cinco minutos. Depois ela voltou e sorriu para a mãe, dizendo: Agora pode falar. Naqueles vinte e cinco minutos, Chiara teve a sua experiência mais profunda com Jesus. Ali, ela compreendeu que a doença era a sua vida de santificação.

Uma cruz fecunda

Os dois anos que se seguiram foram de dores e de muita graça. Passo ao leitor palavras de jovem Chiara durante a enfermidade. Escreveu a jovem: Jesus me mandou esta doença no momento certo. Mandou para que eu O encontrasse.

O último Natal da jovem, foi no hospital. Visitando-a, o bispo de Turim lhe perguntou: Como você consegue essa luz maravilhosa nos olhos, Chiara? A jovem respondeu: Procuro amar Jesus.

Escreveu aos companheiros do seu grupo de oração de Gênova: Sinto muito forte a unidade de vocês, o dom de vocês, as orações de vocês que me possibilitam renovar o meu ‘sim’, a cada momento.

Certo dia, devendo passar por uma pequena cirurgia, com anestesia local, sentiu muito medo. E contou: Uma senhora, linda, linda, com um sorriso luminosíssimo, aproximou-se, segurou minha mão e me encorajou. Chiara pensou ser uma senhora do movimento. Mas, aquela senhora, como viera, desaparecera. Assim ela segue narrando: No entanto, uma alegria intensa me invadiu. Naquele dia, Chiara teve uma profunda experiência com a Virgem Maria.

A doença avançava implacavelmente. Chiara, paralisada no leito, dizia: Se eu tivesse de escolher entre caminhar ou ir para o paraíso, escolheria sem hesitar ir para o paraíso. A essa altura é o que me interessa… Mas tomo cuidado em dizer isso, porque talvez pensem que eu queira ir embora para não sofrer mais. Não é bem assim. Quero ir ter com Jesus.

Fim da peregrinação terrestre

Chiara passou os últimos meses em seu quarto, em Sasselo, de onde falava por telefone com os amigos do movimento Focolare. Um dia, a jovem sofreu forte hemorragia e esteve às portas da morte. Foi quando disse: Não derramem lágrimas por mim. Eu vou para Jesus, vou começar uma outra vida. No meu funeral não quero gente chorando, mas gente cantando bem alto. Ontem, eu estive lá, na soleira da porta, mas a porta ainda não se abriu.

Consciente de que caminhava para o paraíso, afirmava: Não vejo a hora de chegar ao paraíso…, e conversou com a mãe sobre como deveria ser o seu funeral: queria ser sepultada com vestes de núpcias, pois aprendera que Jesus era o Esposo que vinha a seu encontro. São suas essas palavras: Mamãe, quando estiver me preparando no meu leito de morte, repita sempre: ‘agora, Chiara está vendo Jesus.

As córneas de seus olhos – o que restava de saudável em seu pobre corpo -, ela as doou antes de morrer. No final, quis ficar a sós com o seus e se despediu desta terra em – 07.10.1990. Suas palavras para a sua mãe foram: seja feliz, porque eu sou feliz.

Beata Chiara Luce, intercedei por nós!

Fonte : https://comshalom.org/

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