Padre comenta frustração de muitos jovens sobre a formação da família ideal

 O pe. José Eduardo Oliveira publicou em sua rede social um comentário e o que ele próprio descreveu como “palavras de consolo” a quem enfrenta dificuldades e frustrações em seus anseios de formar uma “família ideal”. O sacerdote brasileiro escreveu:


“Atendo pessoas de todas as proveniências. Tenho o privilégio de receber em minha paróquia gente que vem de longe e de perto para me contar um pouco de sua vida e também de seus dilemas existenciais. Uma das coisas que tenho percebido é certa frustração em muitos acerca de suas possibilidades de construir uma família ideal. Ao verem tantos e maravilhosos exemplos de famílias numerosas e casais exemplares, verificam em si mesmos a impossibilidade de reproduzirem esses mesmos arquétipos.

Trata-se de pessoas que moram em casas pequenas, que têm trabalhos modestos, que têm problemas de saúde física e psíquica, além de tantos outros limites e que se sentem em crise, numa espécie de ‘crise de emulação’… Parece que aquele ideal vislumbrado em espetaculares perfis do Instagram não lhes diz respeito, são quais quadros a serem admirados ao longe, amargo fermento de frustração”.

O padre oferece então um pouco de bálsamo a essas pessoas:

“Gostaria muito de partilhar umas palavras de consolo. Em primeiro lugar, por detrás de muita foto bonita existem lágrimas, sangue, preocupações, estresse, problemas inconfessáveis ao público, mas latentes no fundo dos olhos dos seus personagens. Levar uma família adiante sempre é uma aposta. E, assim como surgem revoltados, pervertidos e apóstatas de famílias supostamente perfeitas, surgem santos e pessoas virtuosas das famílias mais caóticas e sofridas.

Não podemos nos frustrar! Deus não nos pede o que nos é impossível! Dentro das suas condições, você tem que fazer o melhor que você pode, procurando ser fiel a Deus e à sua Palavra. Mas, muitas vezes, a imperfeição da vida, a luta pela sobrevivência, fará com que muitas mães precisem trabalhar para poderem criar os seus filhos; que muitos pais precisem se conformar com uma vida mais modesta e desafiadora; que casais precisem limitar um pouco os seus desejos de família numerosa em função dos limites de uma paternidade responsável.

Não adianta apenas ‘cuspir’ regras, louvar idealismos. A ostentação do bem nunca pode servir como régua que meça a aceitabilidade da vida das pessoas. No mundo real, o máximo possível nem sempre será o mais desejado. Mas aí também está Deus. E ele continua escrevendo a sua história de salvação, assim como fez na vida de Adão e Eva, Abraão e Sara, Davi e Betsabé, todos ancentrais de ninguém menos que o próprio Deus encarnado”.


Fonte : https://pt.aleteia.org/2023/10/30/ 

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