7 filmes sobre a religião em regimes totalitários

A Igreja Católica é uma força moral e espiritual dentro do mundo e sua atuação traz diversos frutos para a sociedade como um todo.

Por outro lado, a história nos mostra que a Igreja é uma das instituições mais atacadas e é comum que os seus membros sejam perseguidos, o que ocorre também com outros grupos cristãos.

Essa realidade pode ser observada principalmente nas sociedades modernas, em nações que foram subjugadas por regimes totalitários.

Pensando nisso, fizemos uma lista de 7 filmes que falam do conflito entre a religião e os regimes totalitários, para mostrar como o cinema retratou essa dura realidade.

Todos os filmes estão disponíveis na plataforma da Lumine. Confira abaixo:

1. Diálogo das carmelitas


Nesta adaptação da peça homônima de Georges Bernanos e do romance “A última ao cadafalso” de Gertrud von Le Fort, conhecemos a história real do grupo de dezesseis carmelitas executadas em praça pública durante a Revolução Francesa.

Em meio a um período de extrema convulsão social, em que a França sofria com uma guerra civil e confrontos externos, a realidade da vida no claustro se vê ameaçada.

À medida que o espaço físico do Carmelo é invadido, mais forte se torna o chamado ao martírio para as religiosas: os hábitos que vestem lhes servirão de armaduras e o Carmelo é a fortaleza onde se preparam para suportar ataques furiosos.

Presas, depois condenadas por “fanatismo” pelo chamado Comitê de Salvação Pública, são levadas pelas ruas de Paris em cima de uma carroceria até a guilhotina.

Uma após a outra, sobem os degraus para serem executadas. Suas mortes não são mostradas na tela: é a forma encontrada para dizer que o amor das carmelitas venceu a violência de seus algozes, que a derrota foi transfigurada em vitória.

Ao longo de todo o percurso até a morte, as carmelitas entoam hinos religiosos. A imagem traz à mente a famosa afirmação do psicólogo Viktor Frankl, sobrevivente dos campos de concentração nazistas: “o ser humano é o ser que inventa as câmaras de gás, mas é também aquele que nelas entrou de cabeça erguida, com uma oração nos lábios”.

2. Torturado por amor a Cristo


Uma adaptação dos relatos de Richard Wurmbrand sobre o tempo em que foi prisioneiro do regime comunista na Romênia.

Durante 14 anos, Wurmbrand foi vítima de todas as formas de violência para que entregasse seus amigos e renegasse sua fé. No entanto, ele resistiu.

Ao ser libertado, ele dedicou o resto da vida a ser uma voz em defesa dos cristãos perseguidos no mundo, espalhando mensagens de amor e perdão.

Atravessando aquele vale de sombras, Wurmbrand se manteve abraçado ao Cristo e deu um testemunho da força do espírito humano diante do Mal.

3. Uma vida por uma vida


Dirigido pelo polonês Krzysztof Zanussi, Uma vida por uma vida narra a história de São Maximiliano Maria Kolbe, em especial os momentos finais do mártir da caridade.

Padre franciscano, ele foi aprisionado em 1941 no campo de concentração nazista de Auschwitz e, no mesmo ano, morreu, sacrificando-se no lugar de outro prisioneiro.

No filme, conhecemos sua história a partir de relatos colhidos por um prisioneiro intrigado por sua história. Como, em Auschwitz, podia haver alguém como o padre?

No terreno mais hostil e contaminado pelo egoísmo, a crueldade e a indiferença, São Maximiliano Kolbe encontrou formas para semear o amor, a esperança e a caridade.

No campo de concentração, cercado por tanto mal, ele pôs em prática o Evangelho. Viveu o seu calvário como um reflexo do calvário do Cristo.

4. Duas coroas




Duas coroas também aborda a vida de São Maximiliano Kolbe.

Ao longo deste documentário composto de entrevistas e trechos encenados por atores, descobrimos a amplitude da vida deste santo homem nascido na Polônia.

Como vimos, São Maximiliano Kolbe é notabilizado principalmente pelos fatos que marcaram seus momentos finais: no campo de concentração de Auschwitz, ele ofereceu a própria vida para salvar um pai de família que seria morto pelos nazistas.

Esse evento crucial de sua biografia, por si só, merece ser objeto de meditação a respeito dos sacrifícios que devemos fazer pelo próximo, seja ele conhecido de nós ou não. Mas o filme ainda nos apresenta outros eventos da história do santo.

Em Duas Coroas, Além da sua morte pelo nazismo, conhecemos suas viagens a Roma e ao Japão, a fundação da Milícia da Imaculada, seu apreço pela ciência, e também o interesse que tinha em divulgar o Evangelho utilizando a imprensa, o rádio e o cinema.

5. Um milhão de hóstias


Neste documentário, conhecemos a história das monjas carmelitas que fabricam as hóstias a serem consagradas em todas as missas em Cuba.

Além dos seus relatos e das imagens do seu cotidiano, somos apresentados a testemunhos de familiares e de outras pessoas piedosas que vivem em Havana.

Em meio a novidades políticas e religiosas, como a visita do Papa Francisco à ilha em 2015, os personagens do filme celebram a esperança por transformações.

Terno e cativante, Um milhão de hóstias oferece um ângulo diferente sobre a realidade de um país e das pessoas que nele vivem com obstinação em meio às dificuldades.

6. Além da tempestade


Em Além da tempestade são narrados os últimos anos de vida do padre italiano Dom Giovanni Minzoni.

O apostolado de Dom Minzoni se torna um incômodo e então ele entra em conflito com os grupos do movimento fascista de Mussolini, que agem com violência e hostilidade contra o sacerdote e seus paroquianos.

Após retornar para a sua paróquia em Argenta, na província de Ferrara, Dom Minzoni deseja dar novo ânimo à vida social, cultural e religiosa do vilarejo.

Seu apostolado, porém, logo se torna um incômodo para grupos do movimento fascista de Mussolini, que agem com violência e hostilidade contra ele e seus paroquianos.

Com bravura, coragem e fé, Dom Minzoni trava um justo combate contra aqueles que buscam projetar sombras e trevas sobre o futuro das próximas gerações do país.

Baseado em fatos reais, Além da tempestade é um filme tenso sobre um religioso que se tornou símbolo da resistência católica diante da ascensão de um regime autoritário.

7. Poveda


Na Espanha do início do século XX, um padre obstinado e inovador abre novos caminhos no campo da educação e da defesa da dignidade das mulheres na sociedade.

Seu nome era Pedro Poveda, cuja biografia foi marcada pelo ímpeto em cuidar dos mais necessitados, principalmente das crianças pobres das regiões onde viveu.

Nessa missão, ele contou com a ajuda de algumas jovens mulheres, com as quais fundou a Instituição Teresiana. Uma delas foi Pepita Segovia, uma das primeiras do seu tempo a receber um diploma universitário na área de educação.

Poveda segue com seu trabalho apesar das turbulências socais e políticas que se intensificam no início dos anos 30, as quais vão eclodir numa sanguinária guerra civil.

Encurralado pelos conflitos, vítima de intolerância e perseguições, Poveda termina sendo assassinado, deixando para trás um legado de luz e esperança.

Em 1974, ele foi condecorado pela UNESCO com o título de “Pedagogo e Humanista”. Homem de paz e diálogo, foi canonizado em 2003 pelo Papa São João Paulo II.

***
Fonte : https://lumine.tv/blog/

Comentários