JMJ terá custado pelo menos 34 milhões de euros à Igreja

Numa altura em que a Igreja tem "mais de 90%" das contas sobre a JMJ fechadas, sabe-se que 18 milhões de euros foram gastos só no que se refere aos kits peregrino e o sistema de alimentação associado ao mesmo. Quase sete milhões de euros foram gastos em transportes.


Com "mais de 90%" das contas sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) fechadas, a Igreja terá gasto pelo menos 34 milhões de euros no evento, que decorreu em Lisboa, entre os dias 1 e 6 de agosto.

O balanço provisório indica, por exemplo, que 18 milhões de euros foram gastos em alimentação e sete milhões em transportes. Números dados ao Observador pelo cardeal Américo Aguiar, quatro meses após a realização da JMJ, que reuniu cerca de 1,5 milhões de jovens católicos de todo o mundo e que contou com o Papa Francisco.

Numa altura em que está quase finalizado o processo de pagamento das contas da Fundação JMJ - criada pelo Patriarcado de Lisboa -, responsável pela organização de um dos maiores eventos realizados em Portugal, é possível apurar que a Igreja gastou pelo menos 34 milhões de euros, tendo sido já contabilidade um lucro significativo

Os dados fornecidos à publicação por Américo Aguiar, bispo de Setúbal que ainda preside à Fundação JMJ, mostram que a Igreja Católica gastou 18,3 milhões só no que se refere aos kits peregrino e com o sistema de alimentação associado à compra do respetivo kit. De recordar que o kits eram entregues aos participantes da JMJ e consistiam em mochilas com t-shirt, cada uma com chapéu, garrafa de água e a credencial para o evento.

Já em relação aos transportes, a contabilidade feita até ao momento indica que a Fundação JMJ gastou 6,7 milhões de euros. De referir que os participantes do evento tinham um passe especial para a área da Grande Lisboa.

A Igreja Católica já conseguiu apurar que gastou 5,1 milhões de euros em estruturas para os eventos, principais e secundários, da JMJ. É o caso do palco que foi montado no Parque Eduardo VII.

Já no segmento dos "recursos humanos, tecnologias de informação e serviços", a Igreja gastou 3,5 milhões de euros.

Por fim, o "Fundo de Solidariedade", que apoiou peregrinos com poucos recursos na viagem até à JMJ, custou 550 mil euros.

Américo Aguiar não detalhou, porém, ao Observador os dados referentes às receitas da Igreja, que são o resultado do pagamento das inscrições por parte dos peregrinos. Valor variava entre os 50 e os 235 euros

Ainda assim, o cardeal disse à publicação que a JMJ deu um lucro significativo à Fundação JMJ, como já tinha afirmado anteriormente

"A Fundação JMJ/Patriarcado de Lisboa, a Câmara de Lisboa, a Câmara de Loures e o Governo, vamos trabalhar em conjunto para que o lucro material que resultará da JMJ, depois de cumpridos todos os compromissos legais, comerciais e de contratos, sejam aplicados em áreas que se cruzem com a vida dos jovens", declarou Américo Aguiar à mesma publicação.

Os números dos gastos da Igreja são ainda provisórios, uma vez que falta contabilizar as principais despesas com a presença dos peregrinos em Portugal, que seja na alimentação, nos transportes ou nas infraestruturas que foram necessárias para alguns dos eventos da JMJ, indica o jornal online.

Segundo Américo Aguiar, as contas da Fundação JMJ vão ser formalmente encerradas no dia 31 de dezembro. Sendo assim, o relatório e contas da fundação relativo ao ano em que decorreu em Lisboa a JMJ só será conhecido em 2024.

Fonte : https://www.dn.pt/

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