Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio no Rio Grande do Sul é um refúgio no momento de dor, diz reitor
“Na cruz que estamos passando, nesse momento de prova, a gente percebe com a fé em Deus e a devoção a Nossa Senhora que estamos ancorados”, disse o reitor do Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, padre Ricardo Fontana, à ACI Digital.
A devoção a Nossa Senhora de Caravaggio, celebrada em 26 de maio e parte da vida dos gaúchos, tem sido um consolo no sofrimento que o povo vem passando há mais de 15 dias por causa das fortes chuvas no Estado. “Sua mão está estendida, o seu manto está enxugando as nossas lágrimas”, disse o padre.Nossa Senhora de Caravaggio na Itália
A devoção a Nossa Senhora de Caravaggio teve origem na Itália em 1432. Nossa Senhora apareceu para uma camponesa chamada Joaneta na cidade de Caravaggio, entre Veneza e Milão. Na época, as duas regiões viviam disputas políticas e religiosas. Em sua vida pessoal, Joaneta também enfrentava dificuldades. Seu marido, o ex-soldado Francisco Varoli, a maltratava e humilhava.
Em 26 de maio de 1432, entre lágrimas e orações, Joaneta viu Nossa Senhora, semelhante a uma rainha cheia de bondade. A Virgem Maria lhe disse: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça e venho anunciar a paz”. Também pediu que as pessoas voltassem a fazer penitência, jejuassem nas sextas-feiras, fossem rezar na igreja no sábado à tarde em agradecimento pelos castigos afastados e pediu que lhe fosse erguida uma capela. Ao lado de onde estavam os pés de Maria brotou uma fonte de água que existe até hoje e onde muitos doentes se curam.
Joaneta levou ao povo e aos governantes a mensagem de Maria. Em suas visitas, levava ânforas com água da fonte sagrada, que resultava em curas extraordinárias, prova da veracidade da aparição. A paz foi restabelecida na pátria e na Igreja.
Certa vez, um homem incrédulo sobre a fonte jogou na água um galho seco. Este galhoreviveu, cobriu-se de folhas e desabrocharam flores. Como recordação desse sinal, é costume representar a aparição de Caravaggio com um ramo florido entre a Virgem Maria e a vidente Joaneta.
Devoção veio com a imigração italiana
A devoção a Nossa Senhora de Caravaggio veio para o Brasil com os imigrantes italianos no final do século XIX. “Em 1879, havia aqui uma pequena comunidade que pertencia à Linha Palmeiro (bairro de Farroupilha)”, contou padre Fontana à ACI Digital em 2022. “Quando foram definir o padroeiro, queriam santo Antônio, mas como a Vila Dona Isabel – que é Bento Gonçalves – já tinha santo Antônio como padroeiro, pensaram em uma devoção mariana. Pensaram em Loreto, mas não encontraram uma imagem.
Natale Faoro tinha trazido uma imagem do santuário de Caravaggio, na Itália. Era um pequeno quadro em preto e branco, considerado uma imagem milagrosa.
Ele emprestou esse quadrinho, que é de 1724 e aplicaram no primeiro capitel que construíram aqui em 1879. Nas récitas do terço começaram a receber graças sobre graças e, com o decorrer do tempo, fizeram uma capela e a comunidade foi crescendo, junto com a devoção”.
“E essa devoção foi se ampliando cada vez mais para outras regiões não só aqui do Sul. Hoje é uma devoção a nível nacional e, inclusive, pessoas de outros países vêm participar da romaria”, disse o padre.
Nossa Senhora de Caravaggio e as enchentes do Rio Grande do Sul
“O povo está se voltando muito aqui para Caravaggio”, disse o padre Fontana referindo-se à situação que o Rio Grande do Sul enfrenta com as fortes chuvas que caem desde o final de abril. “É um santuário que se distingue pela paz, tem algo diferente, está sendo um refúgio no momento de dor”.
Fonte : Aci digital
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