Por que os comunistas têm medo de Nossa Senhora de Fátima?

Que erros a Rússia espalharia “pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja”, como predisse a Virgem de Fátima? Qual a atitude de um verdadeiro filho da Igreja diante do comunismo?



Há mais de 100 anos atrás, em um pequeno povoado português chamado Fátima, Nossa Senhora apareceu a três pequenos pastorinhos para lhes deixar uma mensagem sobre o futuro da humanidade. A Mãe de Deus falou sobre acontecimentos terríveis que cairiam sobre o mundo, caso os homens não se convertessem e parassem de ofender a Deus. Fatalmente, outra guerra mundial aconteceu como havia predito a Virgem Santíssima. Mas de todos os segredos revelados a Francisco, Jacinta e Lúcia, um em especial ainda desperta interesse, seja pelos envolvidos no caso, seja pelas suas consequências para a civilização: o pedido de consagração da Rússia para que ela não espalhasse os seus “erros” pelo mundo.

Não resta dúvida de que a Virgem Maria aludia ao comunismo quando falava dos “erros” da Rússia. De fato, essa ideologia maligna, contra a qual o Magistério da Igreja já se manifestou inúmeras vezes, foi responsável por massacres sangrentos ao longo de todo o século XX. Lênin, Stálin e seus sucessores foram verdadeiros carniceiros, que espalharam o terror por todo o Leste Europeu e outras regiões do planeta, onde conseguiram aliados. Para prevenir o Brasil contra esse mal, Nossa Senhora apareceu, em 1937, a algumas meninas do sertão de Pernambuco, em Pesqueira, pedindo-lhes oração e penitência pelo país, a fim de que nas Terras de Santa Cruz não entrasse o urso soviético.


A ingenuidade e a formação de alguns tantos, porém, fazem com que o comunismo seja visto, ainda hoje, como algo aparentemente inocente, e não uma ideologia intrinsecamente má, como sempre ensinaram todos os Papas. Não importa que os regimes socialistas tenham destruído todas as nações por onde passaram. Não importa que os políticos socialistas tenham aparelhado as instituições e acumulado fortunas às custas dos pagadores de impostos. Não importa que Stálin, Kruschev, Mao, Pol Pot, Castro etc. tenham assassinado mais pessoas que qualquer outro ditador jamais pensou em assassinar. Tudo teria sido apenas resultado de um período belicoso, e o verdadeiro comunismo ainda estaria por vir.

Ora, a ideologia comunista tem uma ótima propaganda e, para conquistar as almas mais inocentes, a sua intelligentsia “se faz particular amigo da infância e procura aliciá-la, abraça todas as idades e condições, para formar o homem ‘socialista’ que há de constituir mais tarde a sociedade humana plasmada pelo ideal do socialismo” (Pio XI, Quadragesimo Anno, III, 2). Trata-se daquilo a que usualmente chamamos marxismo cultural, pelo qual os comunistas aliciam as consciências, deformando-as e corrompendo nelas os princípios do direito natural. Eis o grande perigo dos erros da Rússia, como bem alertou Nossa Senhora aos três Pastorinhos de Fátima e às crianças de Pesqueira. Não é preciso uma revolução armada quando já se tem um povo anestesiado pela mentira ideológica.

Para os comunistas, a verdade não existe ontologicamente. Todo discurso, pensam eles, serve apenas para sustentar uma estrutura de poder, um interesse ideológico. Nessa lógica, a Igreja Católica, por exemplo, é somente mais uma engrenagem da mentalidade burguesa, que precisa ser destruída. Por isso Antônio Gramsci dizia ser necessário esvaziar a Igreja de seu conteúdo espiritual e enchê-la de teorias marxistas.

Mas o marxismo não pode resistir à sua própria crítica. Se não existe verdade, qual seria então o interesse por trás do comunismo, senão o mesmo poder opressor que juram combater? Na verdade, os comunistas são os excelentes manipuladores das causas para o autobenefício: ontem eles matavam homossexuais nos gulags, hoje são os mais ferrenhos defensores do orgulho LGBT; ontem eles defendiam os pobres, hoje se refestelam no tesouro nacional.

A melhor defesa contra o comunismo é o estudo e a busca da verdade, como tem ensinado o apostolado do Padre Paulo Ricardo. Procuremos, assim, corresponder nossas vidas ao pedido de Nossa Senhora, consagrando-nos ao estudo das verdades divinas contra os erros do dragão vermelho


“Os comunistas têm medo de
Nossa Senhora de Fátima”

Cardeal e bispo emérito de Hong Kong fala sobre a situação da Igreja na China: “os comunistas têm medo de Nossa Senhora de Fátima”, ao ponto de impedirem que imagens suas entrem em território chinês.

A convite de Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), o cardeal Joseph Zen Ze-kiu esteve presente ao Dia de Encontros promovido pela fundação no campo de peregrinos da cidade alemã de Kevelaer, no dia 13 de maio. O cardeal conversou com Berthold Pelter a respeito do papel da Igreja na reconstrução da sociedade chinesa e explicou por que os comunistas têm tanto medo de Nossa Senhora de Fátima

— ACN: Ao longo das últimas quatro décadas, a República Popular da China passou por uma profunda mudança social; reformas, sobretudo as econômicas, permitiram que o país se tornasse uma das maiores potências econômicas e tecnológicas do mundo. Que papel a ideologia comunista tem ainda hoje nesse processo?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: Na verdade, a liderança política na China nunca levou a ideologia comunista muito a sério; pelo contrário, o comunismo chinês é uma forma velada de imperialismo. Prova disso é a corrupção desenfreada, mesmo dentro do Partido. Tudo gira em torno do poder. A única coisa que importa é a total obediência à autoridade do Estado. E devido à abertura do setor econômico e ao crescente enriquecimento as coisas só têm piorado. A riqueza alimenta a corrupção e a eleva a níveis ainda mais críticos.

— ACN: Analistas políticos afirmam que, durante o governo do atual presidente, Xi Jinping, a situação dos direitos humanos agravou-se de fato. O que o sr. disse a este respeito?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: No início, eu tinha grandes esperanças, porque o presidente tomara medidas contra a corrupção no governo e na sociedade; mas logo se tornou claro que ele estava apenas interessado no poder. Os que lutam pelos direitos humanos são reprimidos, perseguidos, humilhados e condenados em julgamentos favoráveis à imagem que se quer passar do governo dele.

— ACN: O sr. poderia contar-nos alguma coisa sobre o atual estado das negociações entre o governo chinês e a Santa Sé?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: Infelizmente, pouco se sabe dessas conversas. Existem ainda muitos outros problemas. A minha expectativa é de que as negociações demorem ainda bastante tempo. Na minha opinião, as lideranças estatais não vão aceitar nenhum acordo que não seja a submissão da Igreja à autoridade do Partido Comunista. Bispos da “igreja subterrânea”, por exemplo, foram obrigados a participar de cursos de preparação política durante a Semana Santa e não puderam, por isso, celebrar a Missa com os fiéis. O Papa Bento XVI falou em 2007 sobre reconciliação em sua carta aos católicos na China, e para ele isso significa, antes de tudo, reconciliação espiritual. Mas há muito ainda por ser feito!

— ACN: Isso soa bastante pessimista. O que o sr. acha que acontecerá com o cristianismo na China?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: Tudo depende de que consigamos ou não viver a nossa fé de modo autêntico, sem fazer concessões. Há cristãos na China que corajosamente defendem uma sociedade melhor. Muitos deles, porém, estão presos! Se o comunismo cair um dia, então os católicos deverão estar entre os responsáveis por construir uma nova China. Em todo o caso, isso só vai funcionar se os católicos não mancharem hoje a própria credibilidade fazendo concessões medrosas aos comunistas

— ACN: Ao longo das últimas quatro décadas, a República Popular da China passou por uma profunda mudança social; reformas, sobretudo as econômicas, permitiram que o país se tornasse uma das maiores potências econômicas e tecnológicas do mundo. Que papel a ideologia comunista tem ainda hoje nesse processo?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: Na verdade, a liderança política na China nunca levou a ideologia comunista muito a sério; pelo contrário, o comunismo chinês é uma forma velada de imperialismo. Prova disso é a corrupção desenfreada, mesmo dentro do Partido. Tudo gira em torno do poder. A única coisa que importa é a total obediência à autoridade do Estado. E devido à abertura do setor econômico e ao crescente enriquecimento as coisas só têm piorado. A riqueza alimenta a corrupção e a eleva a níveis ainda mais críticos.

— ACN: Analistas políticos afirmam que, durante o governo do atual presidente, Xi Jinping, a situação dos direitos humanos agravou-se de fato. O que o sr. disse a este respeito?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: No início, eu tinha grandes esperanças, porque o presidente tomara medidas contra a corrupção no governo e na sociedade; mas logo se tornou claro que ele estava apenas interessado no poder. Os que lutam pelos direitos humanos são reprimidos, perseguidos, humilhados e condenados em julgamentos favoráveis à imagem que se quer passar do governo dele.

— ACN: O sr. poderia contar-nos alguma coisa sobre o atual estado das negociações entre o governo chinês e a Santa Sé?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: Infelizmente, pouco se sabe dessas conversas. Existem ainda muitos outros problemas. A minha expectativa é de que as negociações demorem ainda bastante tempo. Na minha opinião, as lideranças estatais não vão aceitar nenhum acordo que não seja a submissão da Igreja à autoridade do Partido Comunista. Bispos da “igreja subterrânea”, por exemplo, foram obrigados a participar de cursos de preparação política durante a Semana Santa e não puderam, por isso, celebrar a Missa com os fiéis. O Papa Bento XVI falou em 2007 sobre reconciliação em sua carta aos católicos na China, e para ele isso significa, antes de tudo, reconciliação espiritual. Mas há muito ainda por ser feito!

— ACN: Isso soa bastante pessimista. O que o sr. acha que acontecerá com o cristianismo na China?

— Cardeal Joseph Zen Ze-kiu: Tudo depende de que consigamos ou não viver a nossa fé de modo autêntico, sem fazer concessões. Há cristãos na China que corajosamente defendem uma sociedade melhor. Muitos deles, porém, estão presos! Se o comunismo cair um dia, então os católicos deverão estar entre os responsáveis por construir uma nova China. Em todo o caso, isso só vai funcionar se os católicos não mancharem hoje a própria credibilidade fazendo concessões medrosas aos comunistas

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Fonte : https://templariodemaria.com/

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