6 temas-chave da encíclica do Papa sobre o Sagrado Coração

 “Em união com Cristo, em meio às ruínas que deixamos neste mundo por causa dos nossos pecados, somos chamados a construir uma nova civilização de amor.” Aqui está uma amostra da última encíclica do Papa Francisco.



A quarta encíclica do Papa Francisco Dilexit nos (“Ele nos amou”), foi publicada em 24 de outubro de 2024.

Algumas citações importantes deste documento dedicado ao “amor humano e divino do Coração de Jesus Cristo”. 

1VALORIZANDO O CORAÇÃO

"O engano e o disfarce não têm lugar" no coração

"Geralmente indica nossas verdadeiras intenções, o que realmente pensamos, acreditamos e desejamos, os 'segredos' que não contamos a ninguém: em uma palavra, a verdade nua sobre nós mesmos. É a parte de nós que não é nem aparência nem ilusão, mas é autêntica, real, inteiramente 'quem somos'." (5) 

Sempre foi difícil valorizar o coração

“As questões levantadas pela sociedade líquida de hoje são muito discutidas, mas essa depreciação do núcleo profundo da nossa humanidade – o coração – tem uma história muito mais longa. Nós a encontramos já presente no racionalismo helênico e pré-cristão, no idealismo pós-cristão e no materialismo em suas várias formas. O coração foi ignorado na antropologia, e a grande tradição filosófica o considera uma noção estranha, preferindo outros conceitos como razão, vontade ou liberdade.” (10)

Eu sou meu coração "

“Pode-se dizer, então, que eu sou meu coração, pois meu coração é o que me diferencia, molda minha identidade espiritual e me coloca em comunhão com outras pessoas. Os algoritmos que operam no mundo digital mostram que nossos pensamentos e vontades são muito mais 'uniformes' do que pensávamos anteriormente. Eles são facilmente previsíveis e, portanto, capazes de serem manipulados. Esse não é o caso do coração.” (14) 

“Nesta era de inteligência artificial, não podemos esquecer que a poesia e o amor são necessários para salvar a nossa humanidade.” (20) 

2UM MUNDO PERDENDO O CORAÇÃO

Jesus, tende piedade

“Na presença do coração de Cristo, peço mais uma vez ao Senhor que tenha misericórdia deste mundo sofredor no qual ele escolheu habitar como um de nós. Que ele derrame os tesouros de sua luz e amor, para que nosso mundo, que avança apesar das guerras, das disparidades socioeconômicas e dos usos da tecnologia que ameaçam nossa humanidade, possa recuperar a coisa mais importante e necessária de todas: seu coração.” (31) 

Em um mundo onde somos pressionados a continuar comprando

“Em um mundo onde tudo é comprado e vendido, o senso de valor das pessoas parece depender cada vez mais do que elas podem acumular com o poder do dinheiro. Estamos constantemente sendo empurrados para continuar comprando, consumindo e nos distraindo, mantidos cativos de um sistema degradante que nos impede de olhar além de nossas necessidades imediatas e mesquinhas. O amor de Cristo não tem lugar neste mecanismo perverso, mas somente esse amor pode nos libertar de uma busca louca que não tem mais espaço para um amor gratuito.” (218) 

3OS TRÊS AMORES DE CRISTO À IMAGEM DO CORAÇÃO

Amor divino, humano... e sensível

“A imagem do coração do Senhor fala-nos, de facto, de um tríplice amor. Primeiro, contemplamos o seu infinito amor divino. Depois, o nosso pensamento dirige-se à dimensão espiritual da sua humanidade, na qual o coração é “o símbolo daquele amor mais ardente que, infundido na sua alma, enriquece a sua vontade humana”. Por fim, “é símbolo também do seu amor sensível”” (65) 

“Estes três amores não são separados, paralelos ou desconectados, mas agem juntos e encontram expressão numa unidade constante e vital.” (66) 

4A DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO NÃO ESTÁ ULTRAPASSADA

Quinta-feira Hora Santa

“Embora ninguém deva se sentir obrigado a passar uma hora em adoração a cada quinta-feira, a prática certamente deve ser recomendada. Quando a realizamos com devoção, em união com muitos de nossos irmãos e irmãs, e descobrimos na Eucaristia o imenso amor do coração de Cristo, nós ‘adoramos, junto com a Igreja, o sinal e a manifestação do amor divino que chegou a amar, através do coração do Verbo encarnado, a raça humana.’” (85) 

Um amor sem limites

“O que contemplamos e adoramos é todo Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, representado por uma imagem que acentua o seu coração. Esse coração de carne é visto como o sinal privilegiado do ser mais íntimo do Filho encarnado e do seu amor, tanto divino como humano. Mais do que qualquer outra parte do seu corpo, o coração de Jesus é 'o sinal natural e o símbolo do seu amor sem limites'.” (48)

Ele nunca deixou de amar

“Às vezes, podemos ser tentados a considerar este mistério de amor como uma admirável relíquia do passado, uma bela espiritualidade adequada a outros tempos. No entanto, precisamos lembrar-nos constantemente de que, como disse um santo missionário, 'este coração divino, que se deixou trespassar pela lança de um inimigo para derramar através daquela chaga sagrada os sacramentos pelos quais a Igreja foi formada, nunca deixou de amar.'” (149)

O coração tem suas razões

“Pode parecer a alguns que este aspecto da devoção ao Sagrado Coração carece de uma base teológica firme, mas o coração tem suas razões. Aqui o sensus fidelium percebe algo misterioso, além de nossa lógica humana, e percebe que a paixão de Cristo não é meramente um evento do passado, mas um evento do qual podemos compartilhar por meio da fé. A meditação sobre a auto-oferta de Cristo na cruz envolve, para a piedade cristã, algo muito mais do que mera lembrança. Esta convicção tem uma sólida base teológica.” (154)

Consolando-o

“Peço, pois, que ninguém menospreze a fervorosa devoção do santo povo fiel de Deus, que na sua piedade popular procura consolar Cristo. Encorajo também todos a considerar se não pode haver maior razoabilidade, verdade e sabedoria em certas demonstrações de amor que procuram consolar o Senhor do que nos atos de amor frios, distantes, calculados e nominais que são por vezes praticados por aqueles que pretendem possuir uma fé mais reflexiva, sofisticada e madura.” (160) 

5O QUE CRISTO ESPERA DOS CRISTÃOS

Dignidade de cada pessoa

“Ao associar-se às camadas mais baixas da sociedade (cf. Mt 25, 31-46), ‘Jesus trouxe a grande novidade de reconhecer a dignidade de cada pessoa, especialmente daquelas que eram consideradas ‘indignas’. Este novo princípio na história humana – que enfatiza que os indivíduos são ainda mais ‘dignos’ do nosso respeito e amor quando são fracos, desprezados ou sofrem, até ao ponto de perder a ‘figura’ humana – mudou a face do mundo. Deu vida a instituições que cuidam daqueles que se encontram em condições desfavorecidas, como as crianças abandonadas, os órfãos, os idosos que ficam sem assistência, os doentes mentais, as pessoas com doenças incuráveis ​​ou deformidades graves e as que vivem nas ruas.” (170) 

Restaurar a beleza

“Em união com Cristo, em meio às ruínas que deixamos neste mundo por nossos pecados, somos chamados a construir uma nova civilização de amor. É isso que significa fazer reparação como o coração de Cristo gostaria que fizéssemos. Em meio à devastação causada pelo mal, o coração de Cristo deseja que cooperemos com ele na restauração da bondade e da beleza em nosso mundo.” (182)

Peça perdão

“Parte desse espírito de reparação é o costume de pedir perdão aos nossos irmãos e irmãs, o que demonstra grande nobreza em meio à nossa fraqueza humana. Pedir perdão é um meio de curar relacionamentos, pois ‘reabre o diálogo e manifesta a vontade de restabelecer o vínculo da caridade fraterna… Toca o coração do nosso irmão ou irmã, traz consolação e inspira a aceitação do perdão pedido. Mesmo que o irreparável não possa ser completamente reparado, o amor sempre pode renascer, tornando a dor suportável.’” (189) 

6“MISSIONÁRIOS APAIXONADOS”

Como qualquer amante

“A missão, como irradiação do amor do coração de Cristo, requer missionários que estejam eles mesmos apaixonados e que, encantados por Cristo, se sintam obrigados a compartilhar esse amor que mudou suas vidas. Eles ficam impacientes quando o tempo é desperdiçado discutindo questões secundárias ou concentrando-se em verdades e regras, porque sua maior preocupação é compartilhar o que experimentaram. Eles querem que os outros percebam a bondade e a beleza do Amado através de seus esforços, por mais inadequados que sejam. Não é esse o caso de qualquer amante?” (209)

Ouse contar aos outros

“Cristo pede que você nunca tenha vergonha de contar aos outros, com toda a discrição e respeito, sobre sua amizade com ele. Ele pede que você ouse contar aos outros quão bom e belo é tê-lo encontrado.” (211)

Fonte : Aleteia

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