Documento Final da reunião finalizada em outubro no Vaticano propõe a conversão de relações, processos e obrigações
O Sínodo sobre a Sinodalidade foi um momento histórico para a Igreja Católica. Após três anos de caminho em conjunto (2021–2024), o Papa Francisco resolveu abrir o espaço de voz para toda a Igreja, desde a sua base nas comunidades paroquiais.
Milhões de pessoas refletiram o tema “Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão e missão”, e o Sínodo foi dividido em três etapas: a diocesana, a continental e a universal, com a Assembleia Sinodal que teve duas fases e terminou no dia 26 de outubro deste ano, com a publicação do Documento Final.
“Deus não habita em lugares assépticos e pacatos, distantes da realidade, mas caminha conosco. (…) Fazer Sínodo é colocar-se no mesmo caminho do Verbo feito homem: é seguir as suas pisadas, escutando a sua Palavra juntamente com as palavras dos outros. É descobrir, maravilhados, que o Espírito Santo sopra de modo sempre surpreendente para sugerir percursos e linguagens novos”, disse o Santo Padre.
A esperança é direito de todos
No encerramento do Sínodo, Francisco que a pluralidade das diferenças encontradas durante o caminho sinodal deve ser vivida em harmonia. “Todos, na esperança de que não falte ninguém. Ninguém fique de fora! Todos! E a palavra-chave é esta: a harmonia, que é obra do Espírito; a Sua primeira manifestação forte, na manhã de Pentecostes, é harmonizar todas aquelas diferenças, todas aquelas línguas, todas aquelas coisas… Harmonia!”.
Busca pela conversão contínua em nossas comunidades
O Documento Final tem 155 pontos, desenvolvidos através das reflexões dos 368 participantes (272 eram bispos e mais de 50 eram mulheres), e nos mostra que é necessário para as paróquias buscarem a conversão, nas relações, processos e obrigações.
“De fato, o caminho sinodal está a pôr em prática o que o Concílio ensinou sobre a Igreja como Mistério e Povo de Deus, chamada à santidade através de uma conversão contínua que nasce da escuta do Evangelho”, diz um trecho do parágrafo 5 do texto.
A Igreja determina que a conversão só é possível se formos capazes de partilhar com todos o perdão e a reconciliação que vêm de Deus, algo que é “pura graça da qual não somos donos, mas apenas testemunhas”, como diz o ponto 6 do documento.
Como trabalhar estes pontos em nossas dioceses?
A Constituição Apostólica “Episcopalis communio” relata que é preciso atuar a partir das conclusões do Sínodo. As comissões sinodais já criadas nas dioceses podem ajudar neste processo de aplicação e discernimento comunitário.
“Do caminho sinodal iniciado em 2021, já vimos os primeiros frutos. Os mais simples, mas preciosos, estão a fermentar na vida das famílias, das paróquias, das Associações e Movimentos, das pequenas comunidades cristãs, das escolas e das comunidades religiosas, onde cresce a prática do diálogo no Espírito, do discernimento comunitário, da partilha dos dons vocacionais e da corresponsabilidade na missão”, diz o Documento Final.
A conversação no Espírito
No texto sinodal é destacada a importância da implementação do método utilizado neste processo sinodal, que é o da “Conversação no Espírito”. Uma prática de renovação que tem dado alegria às comunidades.
“A sua prática tem suscitado alegria, espanto e gratidão e tem sido experimentada como um caminho de renovação que transforma as pessoas, os grupos e a Igreja”. E são sugeridas atitudes simples para iniciar este processo coletivo nas comunidades, como partilhar experiências e iniciativas sinodais nas dioceses, paróquias e movimentos e criar colaborações estimulando as comunidades com momentos de formação e encontro.
Fonte : A12
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