Engajamento pastoral, um desafio a ser superado

É comum ouvir dos párocos que a paróquia tem poucas lideranças e agentes pastorais e as que têm, possuem inúmeras atividades e acabam não fazendo bem feito o que lhe é confiado, recentemente numa de suas catequese o Papa disse que a Crisma não pode ser o sacramento de despedida da Igreja 




No desenvolvimento do planejamento estratégico pastoral é possível perceber que padres e seus paroquianos estão cada vez mais atarefados. A lista de emergências e prioridades não para de crescer.  

Se não decides tuas prioridades e quanto tempo dedicarás a elas, alguém decidirá por ti” Havey Mackay


Contrário ao crescimento do número de tarefas é o número de pessoas engajando-se nas atividades pastorais. É visível que a necessidade de novos agentes pastorais é uma questão observada pela maioria das comunidades paroquiais. Mas por que se faz tanto e os resultados evangelizadores são tão baixos? Por que realizar o engajamento pastoral é um desafio?

Evangelizar x Emergências

É necessário analisar as atas de reuniões dos Conselhos de Pastoral Paroquial (CPP). Entre os assuntos principais são: as festas de padroeiros, construções, reformas, bingos, rifas, algumas vezes o dízimo, e claro, os vários avisos das pastorais e movimentos falando do que vai acontecer ou agradecendo o que foi feito.

O que pouco é feito nas reuniões do CPP é uma avaliação detalhada dos resultados pastorais. Se trata muito do que é emergencial e se resolve pouco o que de fato é importante. Vejamos algumas perguntas que nos ajudam a refletir sobre o que temos feito nos conselhos pastorais.

  1. Como está o resultado da evangelização feita com os encontros de preparação de noivos? A Pastoral Familiar tem conseguido alcançar estes casais ao ponto de eles engajarem-se nas atividades pastorais?
  2. Como estão os resultados da catequese de crisma? Os grupos de jovens da Paróquia percebem a chegada deles nos encontros semanais?
  3. A catequese de primeira comunhão identifica o engajamento das crianças no grupo de coroinhas?  
  4. Os pais dos catequizandos estão frequentando com assiduidade as Celebrações Eucarísticas?

Estas perguntas são simples, mas muito estratégicas para uma comunidade que deseja crescer na evangelização.  

Evangelizar é uma estratégia

Para entender porque é um desafio, e tem uma taxa tão baixa de engajamento pastoral em nossas comunidades é preciso analisar como é a jornada evangelizadora que a Paróquia adotou para alcançar novas pessoas.

Hoje, se perguntarem para você qual o itinerário evangelizador que uma pessoa fará ao chegar na sua comunidade, você e todos os seus agentes pastorais saberiam dizer? Digamos que um jovem chamado Pedro participe de uma Missa na Paróquia, você teria definido todo o caminho que ele fará para aderir a uma vida participativa na comunidade cristã? É neste ponto que desejo chegar.

A evangelização é uma estratégia e precisa ser pensada e muito bem articulada. Não basta fazer aquele famoso convite a que estamos acostumados a ver em nossas paróquias. “Você fala tão bem, gostaria de ser catequista? ”, “Olha que bacana, você é jornalista, gostaria de participar da Pastoral da Comunicação?”.

Evangelizar não é trabalho voluntário! É preciso parar com isso! De fato, as pessoas hoje não acreditam mais neste tipo de convite!

Uma jornada contínua

O famoso gráfico chamado funil de vendas do marketing digital é um meio para analisar falhas na evangelização, ele pode servir muito para a evangelização!

FUNIL DE VENDAS

No funil da evangelização, o processo de engajamento é estratégico, suas etapas e tudo que há nelas é realizado para obter a fidelização do público alvo.  

Atrair: Para a comunidade obter o melhor resultado possível, é muito importante iniciar seu processo de evangelização por meio da atração. É preciso obter o maior número de participação do público alvo em atividades querigmáticas. Esta fase é fundamental! Quanto maior for o número, maiores as chances de obter um número elevado de engajamento pastoral.

Converter: Nesta fase o nome já diz, é preciso iniciar o processo evangelizador da mudança de vida. Todo aquele que faz a experiência com Deus, vive o metanoia, a mudança de vida. Nesta etapa o processo evangelizador já ganha um pouco mais de personalização e pastoreio. Cada indivíduo deve receber cuidado personalizado. É uma etapa onde os números começam a ser mais reais. Você vai ver que diminuirá bastante em relação à etapa anterior.

Discipular: Nesta etapa da jornada evangelizadora, o evangelizando começa a ser inserido na vida da comunidade; recebe formação adequada ao tempo que está inserido, e é apresentado à estrutura organizacional pastoral e como pode atuar nela. Além disso, assuntos como a contribuição do dízimo e a evangelização corpo a corpo devem ser tratados nesta fase.  Aqui já é possível perceber o engajamento pastoral.

Fidelizar: Esta é a última etapa, porém ela não tem fim, seu processo é permanente. Estamos na fase da formação continuada. Já inserido no ambiente pastoral e exercendo suas atividades, o indivíduo recebe da comunidade cristã, formação abundante e aprofundada da fé. Temas relacionados à doutrina da fé, tradição da Igreja, evangelização, dízimo, moral cristã, exercício da liderança, pastoreio, são alguns dos que não podem faltar.

Compreendida cada parte do funil é importante entender que tipo de ação deve existir no processo evangelizador. Veja algumas estratégias:

FUNIL DA EVANGELIZAÇÃO

Importante destacar que este processo deve ser alinhado com um bom planejamento estratégico pastoral. Não basta definir atividades para cada etapa de forma aleatória. É preciso que tudo esteja inserido em um bom plano pastoral.

Fonte : https://dominuscomunicacao.com/

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