Missa mensal em português no santuário de Schoenstatt na Alemanha divulga causa de beatificação de brasileiro
A partir deste mês de janeiro, será celebrada uma missa em português no santuário original de Schoenstatt, em Vallendar, Alemanha, todos os dias 27. O objetivo, segundo o Movimento Apostólica de Schoenstatt, é divulgar a causa de beatificação do servo de Deus João Luiz Pozzobon e preparar para o 75º aniversário da Campanha da Mãe Peregrina, que será celebrado em setembro.
As histórias do servo de Deus João Luiz Pozzobon e da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt estão ligadas. Foi Pozzobon que, em 1950, em Santa Maria (RS), deu início a esta campanha que atualmente está presente em diversos países.
“Essa missa mensal é muito significativa, porque ali é o coração no nosso carisma, da família de Schoenstatt, e o João Pozzobon sempre teve um vínculo espiritual muito importante com esse lugar”, que visitou em 1979, disse à ACI Digital o vice-postulador da causa de beatificação de João Luiz Pozzobon, padre Vitor Hugo Possetti, do Instituto dos Padres de Schoenstatt. “Ele tinha consciência de que a campanha era um enriquecimento para família de Schoenstatt”, tanto que “enviou para lá a milésima imagem peregrina” que foi produzida
O padre Vitor disse que, como Pozzobon morreu em 27 de junho de 1985, “todos os dias 27 de cada mês, existe uma corrente em nível mundial de oração em gratidão pela vida dele” e “pedindo por sua beatificação”. Em alguns lugares são celebradas missas, em outros, rezam o terço. Agora, o santuário original se une a essa iniciativa com a missa, que será transmitida.
João Pozzobon e a Campanha da Mãe Peregrina
Segundo biografia publicada no site da Associação João Luiz Pozzobon, o servo de Deus nasceu em 12 de dezembro de 1904, em Ribeirão (RS), e desde pequeno foi educado na fé católica. Casou-se com Theresa Turcato, com quem teve dois filhos. Tempos depois, ela morreu de tuberculose. Aconselhado por um sacerdote, casou-se novamente com Vitoria Filipetto, com quem teve cinco filhos.
Pozzobon participava de um grupo de homens, no início do Movimento Apostólico de Schoenstatt, em Santa Maria, e recebia a formação schoenstattiana sob orientação do sacerdote palotino Celestino Trevisan.
No dia 10 de setembro de 1950, recebeu no santuário, a imagem da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, para com ela visitar as famílias
O padre Vitor Hugo contou que naquela época, a Igreja vivia o “contexto dos preparativos para o dogma da Assunção de Nossa Senhora”, proclamou solenemente pelo papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950. “Existia uma corrente na família de Schoenstatt de começar a fazer visitas às casas com uma imagem peregrina da Mãe Rainha, que ia passar nas casas para que fosse rezado o terço”. Pozzobon participou dessas visitas e foi escolhido para ser zelador da imagem, sem precisar rezar o terço todas as noites. Percebeu ali “um chamado divino” e decidiu rezar o terço todos as noites junto à Mãe Peregrina, visitando as casas.
“Quando acabou esse projeto em vista do dogma da Assunção, ele pediu para o Movimento de Schoenstatt se podia continuar com essa imagem peregrinando. E foi autorizado”, contou o vice-postulador. Inicialmente, Pozzobon chamou a iniciativa de Campanha do Terço e, mais tarde, foi denominada Campanha da Mãe Peregrina.
João Pozzobon exerceu o seu apostolado de levar a Mãe Peregrina às famílias todos os dias, por 35 anos, até a sua morte em 27 de junho de 1985. Ele percorreu com a imagem 140 mil km.
“Ele sempre teve a convicção de no fundo essa campanha partia do próprio santuário. Ele, como instrumento, se dizia o ‘burrinho de Maria’, levando a Mãe Rainha e a oração do terço para as famílias”, disse o sacerdote, ressaltando que a imagem carregava por Pozzobon sobre os ombros pesava 11 kg.
Com o tempo, a campanha foi se expandindo e Pozzobon passou a visitar também escolas, hospitais, presídios. Ele também construiu três capelas, onde “tinha catequese, oração do terço, quando ele conseguia um padre, tinha missa, confissão”. Também construiu “mais de 40 ermidas para ser um sinal da presença do santuário em lugares mais distantes, onde não havia paróquia”, onde as pessoas pudessem se reunir “para rezar o terço, para ter uma vida comunitária de oração”.
“Ele sempre dizia ‘a Mãe Rainha tem três capelinhas, a Mãe Rainha visita as escolas’, era sempre a Mãe, nunca dizia que era ele”, disse o padre Vitor.
Outra iniciativa de João Pozzobon foi a vila Nobre da Caridade, criada em 1954. “Eram 14 casas para as pessoas mais pobres, para as famílias, poderem morar. E ali ele dava atenção material, perfurou um poço, as famílias podiam morar, tinha horta nas casas, ele conseguia regularizar a documentação”. E dava atenção “espiritual, principalmente, então tinha as missas, os terços, as catequeses, legitimação de matrimônios, batizado”. “Ele falava que essas duas coisas tinham que caminhar junto, tanto atenção espiritual, quanto material, que a Mãe de Deus ali na Vila Nobre queria acolher os seus filhos espiritualmente e materialmente”, disse.
Em 1959, a campanha com a visita da imagem peregrina às famílias já estava bem difundida. “Muitas pessoas queriam receber a visita e somente o João não era suficiente para tanto, porque cresci cada vez mais”. Então, “surgiu a ideia das pequenas imagens peregrinas”, como é até hoje em dia. “São réplicas menores da imagem original da peregrina, para circular em torno de 30 famílias, e uma pessoa ficava responsável de cuidar dessa imagem, para que ela passasse de casa em casa por 30 famílias”. Também essa iniciativa cresceu rapidamente. “Na década de 1980, começaram pessoas de outros países a pedir, principalmente os argentinos e isso foi se expandindo por todo o mundo”, disse padre Vitor.
Atualmente, segundo o vice-postulador, a Campanha da Mãe Peregrina está presente em todos os continentes. O padre Vitor Hugo disse que o movimento “está justamente nessa busca de ter com mais clareza a quantidade” de países onde a campanha está presente, “mas até o último número, a gente tinha em torno a 100 países”.
Fonte : ACI Digital
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