Os doze graus das virtudes segundo são Tomé

 Hoje (3) é celebrado são Tomé apóstolo, a quem Cristo apareceu e encarregou de evangelizar a Índia. Certa vez, Jesus enviou um relâmpago milagroso aos doentes e o santo aproveitou para comunicar os doze graus das virtudes.


A história é narrada na Legenda Áurea, livro sobre a história dos santos escrito no século XIII, pelo arcebispo de Gênova Jacopo de Varazze.

Um dia, são Tomé reuniu muitos pobres e colocou os doentes num lugar especial. Ele então orou por eles e, quando seus seguidores disseram "Amém", um relâmpago luminoso brilhou nos céus por cerca de meia hora.

Todos se prostraram no chão, acreditando que tinham morrido, mas o apóstolo, permanecendo de pé, disse-lhes: “Levantem-se. O Senhor, na forma de uma faísca, veio em seu auxílio e os curou”.

Os doentes se levantaram e verificaram que estavam saudáveis, então começaram a dar glória a Deus e ao seu enviado.

Depois, são Tomé deu-lhes uma catequese sobre os doze graus na escala das virtudes.

Ele disse que o primeiro grau “consiste em acreditar que Deus existe e que é uno em essência e trino em pessoas”. Para que esse mistério se tornasse mais compreensível para eles, o santo deu-lhes vários exemplos, como o fato de uma cepa de videira ser constituída por três partes: ramos, folhas e frutos.

O segundo grau de virtude, disse, é receber o batismo. Ele então falou sobre abster-se da fornicação, não se deixar levar pela avareza e frear a gula como terceiro, quarto e quinto graus, respectivamente.

O sexto grau é fazer penitência. Depois vem perseverar em boas obras como sétimo e praticar a hospitalidade como oitavo.

São Tomé disse que o nono grau é "procurar fazer em tudo a vontade de Deus". Enquanto o décimo é “evitar tudo o que Deus não quer que seja feito”.

Os dois últimos são "fazer caridade tanto com os amigos quanto com os inimigos" e "zelar vigilantemente para respeitar esses graus".

Ao final de sua reflexão, o apóstolo de Cristo batizou cerca de 9 mil pessoas, sem contar mulheres e crianças.


Testemunho Bíblico

Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!”. Mas ele lhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não acreditarei”. Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A Paz esteja com vocês!”. Depois, disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e acredite”. Disse-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”. Então Jesus lhe disse: “Você acreditou porque me viu! Felizes os que não viram e acreditarão». (Jo 20,24-29)

Tomé incrédulo?

Geralmente, quando se fala de São Tomé, começa-se de trás para frente: depois da ressurreição, por não estar presente na aparição de Jesus aos Apóstolos, não acreditou no que lhe disseram. Porém, ninguém tem o direito de pensar que Tomé era uma pessoa tépida ou, pior ainda, um pecador. Era apenas um homem cuja fé profunda ainda devia ser posta à dura prova da vida, que ele não escondia: expôs suas dúvidas e fez a Jesus as perguntas que brotavam do seu coração. Por exemplo: quando Jesus voltou a Betânia, onde seu amigo Lázaro tinha falecido, os discípulos ficaram com medo, porque, na Judeia, o clima não era nada favorável. Ali, Tomé demonstrou não ter medo de nada, a ponto de dizer: “Vamos morrer com Ele”. Durante a Última Ceia também, quando Cristo disse que ia preparar um lugar para todos na Casa do Pai, Tomé ficou desorientado. Por isso, perguntou ao Senhor para onde ia, e qual seria o caminho para chegar lá. Então, Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a vida!”.

Incredulidade do Apóstolo como estereótipo

Toda a comunidade dos Apóstolos estava abalada pela morte de Jesus e pelas violências que padeceu. Porém, ao ressuscitar, Jesus apareceu, imediatamente, aos seus discípulos para tranquilizá-los. Tomé não estava lá naquele momento, e por isso não acreditou no que diziam. Talvez, por causa da sua teimosia inata ou por sentir de estar ausente, quis tocar as feridas dos cravos e nas mãos, e também no peito de Jesus. Afinal, ele era um homem como todos. Por isso, Jesus o satisfez ao voltar oito dias depois. Assim, Tomé acreditou, imediatamente, a ponto de confessar: “Meu Senhor e meu Deus!”, como ninguém jamais havia feito. Por fim, Jesus fez uma promessa, que servia para toda a humanidade, até o fim dos tempos: “Felizes dos que acreditarão sem ter visto”. O Papa São Gregório Magno, meditando essa realidade de São Tomé, diz: “A incredulidade de Tomé não foi um acaso, mas prevista nos planos de Deus. O discípulo, que duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos em Suas chagas, e curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.

A missão do discípulo

Sabemos que Tomé não era muito instruído, mas, certamente, compensava esta lacuna pelo imenso amor que sentia por Jesus. Segundo a tradição, o Apóstolo recebeu a missão de evangelizar a Síria e, depois, a cidade de Edessa, da qual partiu para fundar a primeira comunidade cristã na Babilônia, Mesopotâmia, onde permaneceu sete anos. Dalí, embarcou para a Índia. De Muziris, onde já havia comunidade judaica promissora, que se tornou cristã, rapidamente atravessou todo o país até chegar à China, sempre e somente por amor ao Evangelho. Ao voltar à Índia, foi martirizado, transpassado por uma lança, na atual Chennai, em 3 de julho de 72.

A minha oração

“Ó Santo Apóstolo, predileto do Senhor, com tua incredulidade curou a nossa, com tua audácia tocaste no corpo glorioso do Senhor. Ensinai-nos a crer sem precedências e a provar da ressurreição do divino Mestre. Amém!”

São Tomé , rogai por nós!

Fonte : https://www.acidigital.com/ 

https://santo.cancaonova.com/

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