Na catequese desta quarta-feira, o Papa Leão recorda que a esperança cristã não é ausência de sofrimento nem fuga diante das dificuldades. "É saber que, mesmo na escuridão da provação, o amor de Deus nos sustenta." Logo, não é preciso ter tudo sempre sob controle, mas escolher todos os dias amar com liberdade.
Em sua catequese, Leão XIV deu continuidade ao ciclo no âmbito deste Ano Santo, dedicado ao tema “Jesus Cristo nossa Esperança”. O tema, «Quem procurais?” (Jo 18,4) fala do início da Paixão de Jesus, em que é preso no Jardim das Oliveiras.
O evangelista João não apresenta um Jesus assustado, em fuga, mas um homem livre, que se deixa levar. Ao responder “Eu Sou”, o Mestre revela que a esperança cristã não é evasão, mas determinação.
“Esta atitude é o resultado de uma oração profunda em que não pedimos a Deus que nos poupe ao sofrimento, mas que tenhamos a força para perseverar no amor”, explicou o Pontífice. Aliás, Jesus viveu cada dia da sua vida como preparação para esta hora dramática e sublime. Sabe que perder a vida por amor não é um fracasso, mas possui uma misteriosa fecundidade. Como o grão de trigo que, caindo na terra, morre e se torna fecundo.
Isto serve de lição a nós, que, ao defendermos nossos projetos, nossas certezas, acabamos sozinhos.
O Evangelho de Marcos fala também de um jovem que, quando Jesus é preso, foge nu (Mc 14,51). No final do Evangelho, é precisamente um jovem quem anuncia a ressurreição às mulheres, já não nu, mas vestido com uma túnica branca.
Para o Santo Padre, se trata de uma imagem profundamente evocativa, pois também nós, ao tentarmos seguir Jesus, somos despojados das nossas certezas e tentados a abandonar o caminho do Evangelho, porque o amor parece uma viagem impossível.
“Queridos irmãos e irmãs, aprendamos também nós a entregar-nos à boa vontade do Pai, permitindo que a nossa vida seja uma resposta ao bem que recebemos. A vida não tem de ter tudo sob controlo. Basta escolher amar livremente todos os dias. Esta é a verdadeira esperança: saber que, mesmo na escuridão da provação, o amor de Deus nos sustenta e permite que o fruto da vida eterna amadureça em nós”, concluiu o Pontífice.
Fonte Vatican News
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