Amizade com Jesus, origem do testemunho
Leão XIV recorda em seu primeiro texto direcionado aos jovens que o testemunho cristão “nasce da amizade com o Senhor, crucificado e ressuscitado para a salvação de todos”, e que “não se confunde com uma propaganda ideológica, mas é um verdadeiro princípio de transformação interior e de sensibilização social”. Segundo o Papa, “quando Jesus nos diz ‘Dai testemunho’, está a assegurar-nos que nos considera seus amigos”. Essa amizade, explica, é “única, fiel e eterna”, capaz de renovar a vida e de revelar a dignidade de cada pessoa.
O Santo Padre destaca o exemplo do apóstolo João, “o discípulo que Jesus amava”, cujo testemunho nasce da relação pessoal com Cristo: “Eis o que verdadeiramente importa: ser discípulo do Senhor e sentir-se amado por Ele”, e exorta os jovens:
Testemunhas humildes e livres
O Papa evoca também a figura de João Batista, “que veio para dar testemunho da Luz”, e que, apesar da fama, “sabia bem que era apenas uma voz que indicava o Salvador”. A verdadeira testemunha, diz Leão XIV, “é humilde e interiormente livre, em primeiro lugar em relação a si mesmo, ou seja, da pretensão de estar no centro das atenções”. Com essa liberdade, é possível “escutar, interpretar e também dizer a verdade diante de todos, mesmo dos poderosos”. Segundo o Pontífice, “o testemunho cristão não é o anúncio de nós mesmos”, mas consiste em “reconhecer e mostrar Jesus – o único que nos salva – quando aparece”. E recorda:
“Se não sairmos de nós mesmos e das nossas zonas de conforto, se não formos ao encontro dos pobres e daqueles que se sentem excluídos do Reino de Deus, não encontramos nem damos testemunho de Cristo.”
Missionários da esperança
Leão XIV convida os jovens a tornarem-se “missionários de Cristo no mundo”, solidários com os que sofrem violências, guerras e privações. “Vós mesmos podeis colocar-vos ao lado de outros jovens, caminhar com eles e mostrar que Deus, em Jesus, se aproximou de cada pessoa”, escreve. Recordando as palavras de seu predecessor, Francisco, cita: “Cristo mostra que Deus é proximidade, compaixão e ternura”.
O Papa também não ignora as dificuldades de quem dá testemunho: “A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam”, e lembra o aviso de Jesus: “Se me perseguiram a mim, também vos hão de perseguir a vós”. Contudo, sublinha que o cristão responde ao ódio com o amor: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. Por isso, exorta: “Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. Como os santos, também vós sois chamados a perseverar com esperança, sobretudo diante das dificuldades e dos obstáculos”.
Fraternidade e paz
Da amizade com Cristo nasce a fraternidade, “um modo de viver que traz consigo o caráter da fraternidade”. O Papa observa que “um jovem que encontrou Cristo leva para todo o lado o ‘calor’ e o ‘sabor’ da fraternidade”, tornando-se sinal de proximidade e ternura. O testemunho fraterno, afirma, “tira-nos da indiferença e da preguiça espiritual, fazendo-nos ultrapassar o fechamento e a suspeita. [...] Com efeito, as nossas perguntas mais profundas não encontram acolhimento nem respostas na rolagem infinita das telas que nos prendem a atenção, deixando a mente cansada e o coração vazio. A realização dos nossos desejos autênticos passa sempre por sair de nós mesmos”. Já num apelo direto, Leão XIV adverte:
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