Poema O Menino e a Sua Mãe - Padre Fabio de Melo




Acompanhe com o texto abaixo
FÁBIO DE MELO - POEMA"O MENINO E SUA MÃE AO COLO" E FOGÃO DE LENHA DVD"NO MEU INTERIOR TEM DEUS"
Descansa no meu colo 
Tua cabeça de mulher 
Deixa que eu seja teu pai, 
Ainda que por um instante 
Vivamos o parto às avessas 
Eu, que sou teu filho, 
Por ora quero ser teu pai 
Só para ter o prazer de te ver menina 
Tão cheia de sonhos 
Só pra puxar os teus cabelos 
E nele colocar laços bordador de alegrias 
Cores de tempos antigos, distantes, 
Quando nem imaginavas que eu seria o teu filho 
Vem aqui, fica quietinha 
Permita que eu cuide de tuas coisas, 
De teu guarda-roupas tão cheio de desordens, 
Não importa 
O remédio eu te trarei, 
Teu alimento eu plantarei, e ajeitarei 
O teu travesseiro de um jeito que gostes, 
Só para descobrir a alegria, 
A alegria de reverter os poderes do tempo 
E poder inverter a ordem dos fatos 
Só para ter a graça de te chamar de minha filha, 
Minha menina, minha mãe que é minha "Ninha" 
Só para ter a graça de evitar os teus choros futuros, 
Tuas dores constantes, teus medos tão delicados 
Medo de me perder, de que eu morra antes da hora, 
E de que não esteja por perto no momento 
Em que eu precisar de tua mão, 
Como passado, quando me conduzias contigo, 
Como se fossemos um só, um nó de gente, 
Amarrado e costurado no amor que sobrava no teu peito 
Que Deus esqueceu no mundo e eu vi de perto 
Refletindo nos teus olhos quando a vida 
Nos apresentava motivos para perder as esperanças 
Oh, minha mãe, que saudade eu sinto de nós dois juntos 

Espera minha mãe estou voltando 
Que falta faz pra mim um beijo seu 
O orvalho da manhã cobrindo as flores 
Um raio de luar que era tão meu 
O sonho de grandeza, ó mãe querida 
Um dia separou você e eu 
Queria tanto ser alguém na vida 
Apenas sou mais um que se perdeu... 

Pegue a viola, e a sanfona que eu tocava 
Deixe um bule de café em cima do fogão 
Fogão de lenha, deixe a rede na varanda 
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar... 

Mãe eu lembro tanto a nossa casa 
As coisas que falou quando eu saí 
Lembro do meu pai que ficou triste 
E nunca mais cantou depois que eu partí 
Hoje eu já sei, ó mãe querida 
Nas lições da vida eu aprendi 
O que eu vim procurar aqui distante 
Eu sempre tive tudo e tudo está ai... 

Pegue a viola, e a sanfona que eu tocava 
Deixe um bule de café em cima do fogão 
Fogão de lenha, deixe a rede na varanda 
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar...

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