Os filtros do Instagram vão acabar. E agora, como você se vê?

 Se chegamos ao ponto de não encontrar nada belo em nós mesmos sem um filtro, é hora de reavaliar. Afinal, estamos prontos para nos enxergar sem retoques?

Imagine um espelho coberto pela névoa. Ao nos debruçarmos sobre ele, a imagem que retorna é turva, desfocada.

Assim também é o reflexo que, muitas vezes, enxergamos de nós mesmos. Os padrões de beleza que nos cercam, as comparações incessantes e as marcas que a vida nos deixou formam essa névoa densa, que esconde a nitidez de quem realmente somos.

Cada traço, cada curva, cada história tem sua verdade. Mas, quantas vezes o mundo nos ensina a olhar com olhos de crítica, e não de amor? Perdemos de vista a essência que brilha por trás do espelho embaçado.

Os filtros do Instagram, em certa medida, fazem parte dessa névoa. Eles suavizam traços, aumentam olhos e transformam o que somos em algo mais “aceitável” nas redes sociais. Não há problema em usá-los para destacar uma foto ou brincar com as possibilidades. O risco surge quando eles passam a definir como nos enxergamos.

Se chegamos ao ponto de não encontrar nada belo em nós mesmos sem um filtro, é hora de reavaliar. Afinal, estamos prontos para nos enxergar sem retoques?

Os filtros também fazem parte de uma dinâmica maior: a busca por validação. Não há dúvida de que as redes sociais oferecem inúmeras possibilidades para o bem. No entanto, o uso excessivo pode nos levar a uma busca incessante por validação, alimentando um ciclo de gratificação instantânea que, a longo prazo, pode nos aprisionar em uma cultura de dopamina — onde estímulos rápidos parecem mais valiosos do que a nossa verdadeira essência.

O pastor americano Bill Johnson tem uma citação que gosto muito: “Se não vivemos pelos elogios dos homens, não morremos por suas críticas.” Essa frase nos desafia a refletir sobre onde temos depositado nosso valor. Nossa essência vale mais do que qualquer padrão imposto por algoritmos ou ferramentas digitais.

Teresinha, visionária como era, descobriu isso muito antes do digital:

“Eu sou aquilo que Deus pensa de mim.”

Não vou ser hipócrita e dizer que não gosto dos filtros; eu gosto e os uso. Mas o fim deles pode ser visto como uma oportunidade. Uma chance de reavaliar nossa relação com a própria imagem, de buscar autenticidade em vez de perfeição.

Que possamos usar este momento como um convite para nos vermos através de Deus, que nos ama como somos. Ele nos mostra um reflexo sem distorções, onde nossa verdadeira essência resplandece.

Fonte : https://comshalom.org/

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