O diácono permanente italiano Alessandro Frateschi, condenado por crimes sexuais contra menores, foi expulso do estado clerical por decisão direta do papa Leão XIV.
A diocese de Latina-Terracina-Sezze-Priverno comunicou a notícia ontem (16), dizendo que o interessado foi notificado do decreto na prisão de Latina. Este é o primeiro caso de punição canônica por abusos tornado público no pontificado do papa Leão XIV.
Frateschi, de 46 anos, cumpre atualmente uma pena de 12 anos de prisão imposta por tribunal civil italiano em 2024, por abusar sexualmente de cinco menores entre 2018 e janeiro de 2023. Das vítimas, três eram seus alunos em uma escola de ensino médio em Latina, onde ele lecionava religião católica. Um menor em um lar adotivo e o filho de amigos de família são as outras vítimas.
Decisão papal definitiva e sem possibilidade de apelação
“Na manhã de 16 de setembro, na prisão de Latina, o diácono permanente Alessandro Frateschi foi notificado do decreto de sua demissão do estado clerical por decisão direta do papa Leão XIV. Este decreto de condenação não é passível de recurso”, diz o comunicado oficial da diocese.
A investigação canônica foi conduzida pela seção disciplinar do dicastério para a Doutrina da Fé, competente para os chamados delicta graviora, incluindo crimes contra o sexto mandamento cometidos por clérigos com menores de 18 anos. Por causa da gravidade dos atos e de sua aparente consumação, o dicastério encaminhou o caso diretamente ao papa Leão XIV, que decidiu impor a pena mais severa prevista pelo direito canônico.
Proibições permanentes
Frateschi não poderá voltar a falar em nome da Igreja, pregar homilias, assumir qualquer função pastoral em seminários ou paróquias, nem ensinar teologia ou religião católica em instituições acadêmicas, sejam elas subordinadas ou não à autoridade eclesiástica.
Ação da diocese
O bispo de Latina, Mariano Crociata, havia suspendido cautelarmente Frateschi em janeiro de 2023, no mesmo dia em que tomou conhecimento das denúncias. Depois de ouvir o docente, aceitou sua renúncia ao cargo de professor de religião, retirou-lhe a idoneidade para o ensino e abriu uma investigação preliminar, cujos resultados foram enviados a Roma.
"A conclusão deste processo deixa uma ferida em toda a comunidade diocesana", diz o comunicado. "Renovamos nossa solidariedade e proximidade às vítimas e suas famílias".
A diocese também reiterou seu compromisso com a proteção de menores e pessoas vulneráveis e convidou todos a denunciarem quaisquer casos de abuso, mesmo de períodos anteriores, ao Serviço Interdiocesano de Proteção de Menores, dizendo que esta medida não substitui, mas sim incentiva, o recurso à justiça civil.
Fonte ACI Digital
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