Na missa pelo Dia Mundial das Missões, o Papa Leão XIV proclama sete novos santos e reafirma o chamado à oração perseverante, à fé ativa e ao serviço missionário.
Neste domingo (19), por ocasião do Dia Mundial das Missões, o Papa Leão XIV presidiu a missa de canonização de sete novos santos na Praça São Pedro.
A liturgia começou com a pergunta de Jesus no Evangelho de Lucas: “Quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?” — um questionamento que o Pontífice ofereceu à assembleia como convite à reflexão.
Em sua homilia, o Papa afirmou que a fé não é apenas “uma coisa que temos”, mas “o vínculo de amor entre Deus e o ser humano”.
Ele disse que os sete novos santos “mantiveram acesa, com a graça de Deus, a lâmpada da fé; melhor ainda: tornaram-se lâmpadas capazes de difundir a luz de Cristo”.
Fé que sustenta e não se apaga
O Papa fez questão de mostrar a diferença entre a fé autêntica e as riquezas materiais, culturais ou científicas: embora essas possam ter valor, sem fé “perdem sentido”. Ele lembrou que “uma terra sem fé seria povoada por filhos que vivem sem Pai, ou seja, por criaturas sem salvação”.
Ele destacou que a fé se manifesta na oração e que “a oração autêntica vive da fé”. Para ilustrar isso falou:
“Tal como não nos cansamos de respirar, também não nos cansemos de orar!”
Usando a parábola da viúva insistente e do juiz injusto (cf. Lucas 18), o Papa convidou à perseverança: embora a oração pareça “infrutífera” aos olhos humanos, Deus conduz a justiça para os que clamam.
Ele ainda advertiu sobre duas tentações que minam a fé: a primeira, pensar que Deus não ouve o clamor dos oprimidos; a segunda, exigir que Deus aja segundo os nossos critérios. Oração cristã não é manipulação, mas entrega confiante ao Pai.
Os sete novos santos: testemunhas de missão
Os santos canonizados hoje vêm de diferentes nações, estados de vida e contextos, mostrando que a santidade é possível na vida cotidiana, no nosso dia a dia.
- Inácio Choukrallah Maloyan (Turquia) – bispo armênio que se recusou a renunciar à fé e deu sua vida por Cristo.
- Pedro To Rot (Papua-Nova Guiné) – catequista leigo, mártir no contexto da Segunda Guerra Mundial.
- Vincenza Maria Poloni (Itália) – religiosa que fundou um instituto dedicado aos doentes, idosos e órfãos.
- Maria Carmen Rendiles Martínez (Venezuela) – missionária que abriu seu coração especialmente aos pobres.
- Maria Troncatti (Itália/Equador) – missionária entre os povos amazônicos, enfermeira evangelizadora.
- José Gregório Hernández Cisneros (Venezuela) – médico dos pobres, leigo que viveu entrega àqueles mais vulneráveis.
- Bartolo Longo (Itália) – leigo comprometido com o Rosário, educador e benfeitor dos necessitados.
O Papa enfatizou que esses novos santos não são figuras distantes e inacessíveis, mas “homens e mulheres autênticos, que viveram a fé no quotidiano e agora tornam-se modelos para a Igreja”.
Missão: a fé se abre e se dá
Inserida no contexto do Dia Mundial das Missões, a celebração nos recorda que a fé recebida não é propriedade pessoal, mas doação: “A fé sobre a terra sustenta a esperança do céu”. A lâmpada que mantemos acesa ilumina não só a nós mesmos, mas o mundo.
O Papa convidou cada batizado a perguntar-se:
“Sou eu uma lâmpada que difunde a luz de Cristo ou uma que espera ser acesa por outro?”
A resposta não está apenas em palavras, mas em gestos concretos: oração fiel, serviço próximo, presença missionária.
Os santos proclamados mostram que não é preciso estar em “ministérios especiais” para ser santo: Deus pode atuar por meio de cada vida que aceita o amor de Cristo e o transforma em serviço aos irmãos.
Vamos refletir?
Para você, leitor e leitora, a pergunta hoje é simples: “Minha lâmpada da fé está realmente acesa?”Cultive a oração. Mesmo um momento breve diante de Deus, com sinceridade, é respiração da alma.
Tenha pequenos gestos de missão. Talvez uma visita a alguém que está só, um telefonema, uma partilha. A santidade cresce em cotidiano concreto.
Reconheça nos santos que agora a Igreja proclama que “eu posso”. A santidade não é para uns poucos privilegiados, mas para todos os que dizem sim ao amor de Deus.
Lembre-se sempre: fé + serviço = luz que permanece. Quando servimos, anunciamos o Evangelho sem palavras.
Assim, teremos, como Igreja, uma “terra de filhos que vivem com Pai”, e não de criaturas solitárias. A fé é dom e compromisso, luz e missão.
Hoje, com estes sete novos santos, somos convidados a renovar nosso compromisso de manter acesa a lâmpada da fé, para que o mundo veja e creia!
Fonte: Vatican News
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